terça-feira, fevereiro 07, 2006

Agora, meu amor, saboreio
cada parte do teu corpo numa
quietude sufocante como um percurso
uma brisa tocada pelo cisne
em fuga para o infinito.
Deixo-me perder sobre ti, como um rio
sem foz, uma alma sem destino
uma fragrância lançada nas brumas
das musas pressentidas na brisa dos amantes.
Ah, musa da minha imortalidade
nascente e pôr do sol, caindo lentamente
a vida toda, meu amor, melancólica e profana
breve loucura quando, recôndita, abres
a pérola para me seduzir com o seu néctar!
Bebo a geada dos teus poros luminosos
que transcorrem misteriosamente pela tua
e minha imaginação doida, ó exagero
infindável, flutuante pulsação embriagada
mordendo os lençóis envolta por um
corpo serpenteante e sublime na procura
de uma sombra erigida às vidraças solares.

Américo Teixeira Moreira
Corpo Restituído - Dezembro 2005